Comentei rapidinho sobre arrastões no twitter antes de ler o tão falado texto do Sakamoto. Não é que ele diga que é pobrão e que quem sai com jóias na rua mereça ser assalto. É só uma opinião dizendo que o problema é mais embaixo, na origem da violência e a presunção que é a ostentação. Só que... e quem não se encaixa no texto chatinho da Mônica Bergamo, citado no post?
Quem trabalha muito para conseguir comprar as suas coisas e gosta de sair de vez em quando para comer algo legal com os amigos ou família? Claro que existem coisas mais importantes que ter um celular levado, mas é muito complicado ter além do prejuízo financeiro correr o risco de ter suas informações pessoais expostas a qualquer um. E acho que mais do que isso, todo mundo tá morrendo de medo de arrastões pela violência em si, pelo risco de levar um tiro por causa de um movimento mais brusco ou sofrer um sequestro relâmpago simplesmente porque o ladrão na hora te escolheu como vítima da vez. Mais do que os seus bens, você teme pela sua vida, pela sua integridade física - e não há espaço para filosofia nesses momentos.
Também não acho que quem possa comprar o que quer não compre porque há pessoas no mundo que não podem comprar. Há pessoas que se esforçaram muito para comprar o carro que queriam e, por causa de uma violência sem controle, não podem usufruir desse conforto? Infelizmente quem fica no meio do caminho se dá mal, porque não é rico suficiente para comprar tudo e nem pobre o suficiente para ser compreendido. Nivelar tudo por baixo é um péssimo hábito brasileiro. Não condeno quem ande com bolsa ou celular mais velho pro ladrão levar porque isso nada mais é que uma mudança necessária dos dias atuais. Que atire a primeira pedra quem nunca colocou dinheiro em partes diferentes da vestimenta ou fez algo do gênero para não chamar a atenção de ladrões.
O que é diferente destas situações são o consumo sem limites, descarte rápido e impensável, falta de solidariedade e compaixão pelo próximo e com isso não tem como concordar mesmo.
Deveria haver oportunidade para todos, isso sim. Existir vários exemplos de gente que veio do nada e conseguiu tudo. Não adianta mostrar um estudante que conseguiu entrar na Havard enquanto trocentos outros nem sabem escrever. O exemplo que temos é que trabalhando honestamente a vida toda não dá em nada. Não é a propaganda do novo iPhone que corrompeu a noção do certo e errado desse pessoal, mas sim que com um salário mínimo malemale você compra comida para sobreviver.
A única parte que concordo em 100% é o final. Não deveria haver valores estipulados diferentes para uma vida dependendo de onde ela vem. E é tanta coisa errada que nem dá para saber onde consertar primeiro! Do meu lado, estou evitando jantar fora, principalmente em restaurantes de rua.
Hey, eu tenho um blog sobre comida, é óbvio que eu amo sair para comer! Admito que sou uma cagona que não quer ter seus pertences subtraídos e nem apanhar ou coisa pior. Não sou firme nessa decisão heroica de "não vou mudar meus hábitos, vou encarar a cidade como ela é" porque eu tenho o que perder e acho que isso não vale uma refeição legal.
No fim virou uma dessas mudanças como andar com bolsa velha.
Não é nada novo, só descobri agora e fiquei um pouco chocada com as mudanças do vocalista do AFI (é, eu gosto de algumas músicas deles e jogo no rock band, hehe).
Como que isso:
Foi mudando para isso:
E acabou assim?
Tudo em intervalos de 3 anos, haha.
Só não vou elogiar mais porque vai que o cara tem alguma recaída xD
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