UNIP e o menino de 8 anos

Quando eu vi a notícia em um dos sites que costumo visitar, não dei muita importância. Afinal é UNIP, seja de onde for, todo mundo sabe que é só deixar o RG cair na frente do prédio deles que você é aprovado. Quantos casos de gente que faltou no dia da prova, que estava doente ou que simplesmente é burro pra dedéu mas que passaram por este "processo seletivo"?

Mas não, deram atenção demais pro menino e tanto ele quanto os pais ficaram fascinados demais por uma fama nada merecida. Ao invés de questionarem a univerdade, colocaram uma roupinha de gênio no moleque. Tive a infelicidade de estar na academia, com a TV ligada no programa feliz matinal da Record, e ver a triste legenda: O mais novo doutor do Brasil. Quequéisso, torcida brasileira? O moleque mal saiu das fraldas, chutou bem em uma prova de 25 questões (que incrivelmente engloba todas as matérias) e já tão falando que é doutor? Ou será que estão querendo voltar àquela época em que qualquer um que era graduado era considerado doutor?

A coisa ainda não para por aí. Os pais fazem questão que o menino faça o curso de direito, afinal ele passou no vestibular. Ignorando que ele deixaria de aprender muita coisa útil antes disso, tanto em conteúdo escolar quanto em experiência de vida. Um menino que ao falar de quais matérias caíram na prova responde "química, biologia e ciências" e que fala em rede nacional que passaria em um vestibular de uma universidade federal também.

Ninguém deve ter falado pra ele como é a rotina de uma faculdade, a não ser que ele queria se formar da mesma maneira que passou no vestibular - o que é relativamente possível. Por mais que se diga que as crianças de hoje em dia são mais espertas, inteligentes e que têm acesso a todo tipo de informação, acho que esse caso extrapolou e feio os limites dessa desculpa.

1 comments:

Anônimo disse...

Amigos sem comentários basta olhar a matéria da Folha de São Paulo.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u430684.shtml